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terça-feira, 2 de maio de 2017

Saiba mais sobre o "Retrovírus Endógenos"



 Abaixo vou mostrar um trabalho que foi feito sobre o "Retrovírus Endógenos"




Universidade Federal do Maranhão
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde
Departamento de Enfermagem
Curso de Enfermagem
Professor Dr. Murilo SérgioDrummond
Módulo:Leitura de texto
Atividade:Individual
Título do trabalho: “Retrovírus Endógenos: relíquias da Evolução”
Discente: Fabiana Kethlem de Nazaré Costa Silva
DisciplinaGenética e Evolução

Título do Livro: A história da humanidade contada pelos vírus, bactérias, parasitas e outros microrganismos...”.
Autor: Stefan Cunha Ujavari
Editora: Contexto
Ano de edição: 2011
Trecho do livro que mais destacou (no. Página): pag. 20
“Cerca de quarenta milhões de humanos apresentam fragmentos genéticos do retrovírus da AIDS incorporados no DNA de suas células. Atenção nesta parte >>>>>Mas mesmo aqueles quês estão livres da doença apresentam fragmentos de material genético de vários tipos diferentes de retrovírus em seu organismo. São pegadas de nossa história evolutiva (...)”.
Introdução:
Na década de 1990 foram descobertas no genoma de aves e mamíferos, inúmeras sequencias de DNA que tinha grande similaridade com retrovírus infecciosos, são os chamados retrovírus endógenos (HERS) e constituem 8% do genoma humano.Estes são considerados verdadeiros fosseis, pegadas deixadas por infecções que atingiram nossos ancestrais.Entende-los é analisar também a História Evolutiva do Homem.
Desenvolvimento:
Para se buscar a origem dos retrovírus que fazem parte do DNA humano é necessário olharmos a cerca de setenta milhões de anos atrás, quando populações de animais foram invadidas por retrovírus, os quais provocaram inúmeras doenças, entre elas a AIDS. Dos animais afetados alguns sobreviveram, eram mais adaptados que os outros que morreram pelas enfermidades, os sobreviventes transmitiram aos seus descendentes o material genético viral, assim gerações foram contaminadas, algumas das quais contaminaram os ancestrais dos primatas, o que explica a presença de determinados genes tanto em macacos quanto no homem.
A capacidade de transmissão aos descendentes deve-se à forma como ocorre a replicação viral. Os retrovírus são assim classificados porque conseguem se multiplicar utilizando uma molécula de RNA como molde para a síntese de DNA, auxiliado pela enzima transcriptase reversa. Em forma de DNA, o material genético viral invade o núcleo celular e é aderido ao DNA-hospedeiro.Entre as célula invadidas estão as germinativas,assim gerações futuras também eram infectadas pelo vírus.Porém, o que explica a grande porcentagem da presença de retrovírus no genoma humano?
O sucesso obtido pelos retrovírus endógenos, quanto a sua presença em nosso DNA, foi uma questão intrigante para muitos cientistas. Pesquisas realizadas sobre o assunto concluíram que os HERS, diferente do vírus da AIDS, por exemplo, perderam a capacidade de invadirem as células (são, portanto, vestígios inócuos de infecções virais muito antigas). Para entrarem nas células precisam de uma capa de proteínas, que é sintetizada por um gene denominado “env”, quando o vírus perde esta capa fica impossibilitado de invadir outras células,permanecendo preso. Ao perde o gene ”env” os vírus tornam-se “super-replicadores”, o que explica a sua considerável expressividade em nosso DNA.
A perda do gene “env” pode estar ligada a fatores adaptativos, pois a presença do gene poderia ser prejudicial ao hospedeiro, diminuindo o seu período de vida e por consequência a do vírus também. Assim os vírus que possuíam o gene não eram tão preservados ao longo do tempo, diferente daquele que o perdiam e constituíam-se, portanto, mais adaptados.
Outra dúvida em torno do retrovírus foi se estes conseguiriam provocar alguma doença, afinal são vírus presentes dentro do corpo humano, a resposta obtida pelos pesquisadores foi que eles perderam a capacidade de causar doenças. Basta pensarmos que se a presença dos HERVS fosse tão deletéria dificilmente teria se perpetuado no genoma, sendo eliminada pela seleção natural, porém não podemos descartar totalmente a sua influencia patológica.
Outros estudos também foram realizados sobre os HERVS e sua capacidade patológica, onde estes seriam cofatores na etiologia de determinadas doenças como o cancro, doenças autoimunes, diabetes mellitus e esquizofrenia. Tais estudos tem como base a observação do aumento da expressão de certos retrovírus nessas condições. Contudo, ainda não foram demonstradas evidências que apontem o envolvimento direto causal entre os vírus e tais doenças.
Podem ainda até restar dúvidas sobre a o potencial patológico do retrovírus endógenos, mas não há quanto a importância dos mesmos para a humanidade, principalmente em relação à contribuição no processo de reprodução. São eles os responsáveis pela produção de proteínas que atuam diretamente na formação da placenta humana e de outros primatas. Há fortes indícios de outros genes de retrovírus também atuariam na produção de proteínas que auxiliam no desenvolvimento da gestação, cujo resultado proporcionaria a não rejeição materna ao feto.
Conclusão:
Assim os retrovírus endógenos são relíquias da evolução e fundamentais pra entendermos a História Evolutiva humana, identificando agentes infecciosos que já afetaram nossos ancestrais, além das vantagens evolutivas conferidas graças a sua presença. Pesquisá-los e compreender as suas funções fisiológicas é também entender quem somos.
Referências:
  • A história da humanidade contada pelos vírus, bactérias, parasitas e outros microrganismos; Stefan Cunha Ujvari, 2ᵒed.2011.Contexto.
  • Fundamentos de GenéticaD.Peter Snustad; Michael J.Simmons. 4ᵒ ed. 2006. Guanabara Koogan.
  • Bio; Sônia Lopes. Volume 3. 1ᵒ ed.2006
  • Retrovírus Endógenos Humanos: significado biológico e implicaciones evolutivas. Carlos Sentís.2002.Departamento de Biología. Universidad Autónoma de Madrid.Espanha.
  • Retrovírus Humanos Endógenos: papel patológico. Amélia Isabel Aleixo Miguela, Quirina Santos-Costaa, José Miguel Azevedo-Pereiraa.Unidade dos Retrovírus e Infecções Associadas - Centro de Patogénese Molecular; Faculdade de Farmácia, Universidade de Lisboa.
Ou seja o vírus não é falso ou ficção de telinha de cinema ou de minha cabecinha.